Oi Oi! O post de hoje é uma 'releitura' da resenha que eu havia feito de O Pequeno Príncipe em meu
antigo blog. Essa foi a primeira resenha que eu fiz — na vida — então
provavelmente nem deve ter ficado tão boa assim. Mas por ser um livro que
mexeu muito comigo — por me lembrar da minha mãe — eu acho que vale a pena
trazer esse post para cá também.
Sobre minha experiência com o livro:
Para começar, acho que vale ressaltar que essa foi
a primeira que vez que li a obra. Na verdade, já havia tentado ler
anteriormente — quando comprei o livro —, porém, não consegui
passar de dezoito páginas. E isso me fez refletir, até comentar com uma amiga após finalizar a leitura desta vez, que acredito que para ler
esse livro, eu teria de estar no momento certo... E acho que dessa vez,
era realmente o momento certo para isso. Não que para você ler, tenha
de estar no momento certo igual a mim, apenas que para mim, esse
momento teve de acontecer.
Conforme fui realizando a leitura do livro e os capítulos
passavam, acabei tendo um pequeno insight sobre a mensagem do livro, que basicamente senti ser:
Como adultos, ficamos fúteis, desinteressantes e obcecados por coisas
idiotas, sem valor real. Em suma, acredito que o livro tenta mostrar ao leitor, seja ele um adulto
ou uma criança, o quanto amadurecer pode matar nossa
individualidade. Na verdade, o quanto ao virarmos adultos, deixamos de acreditar na magia do
mundo. Como matamos nossa imaginação e nos tornamos pessoas vazias, que zelam
por coisas passageiras e sem significado.
Por exemplo: Em dado momento no livro,
nosso pequeno protagonista está viajando pelos planetas, procurando amigos e
figuras novas para conhecer, procurando conhecer um pouco mais do universo.
Ele acaba se deparando com figuras um tanto quanto sem graça. A parte
que mais me chamou atenção foi quando ele para em um planeta onde tem um
empresário. Que ao ser questionado o que está fazendo, logo se irrita
com a presença do pobre garoto, já que ele está o atrapalhando em
sua contagem. Contagem do quê? Simples, estrelas. O quê mais me
intrigou, foi o fato do empresário se dizer dono das estrelas.
Algo que, em tese, pertence a todos, não tem um dono. Porém, o homem insiste
que ele faz e refaz a contagem de suas estrelas diariamente. E que também
possui um papel, o qual nomeia dono delas. O pequeno rapaz acha uma grande
bobeira, e eu diria que ele está mais do que certo, porque realmente, é uma
grande bobeira.
Adulto são, de fato, seres desinteressantes, sem criatividade,
com ideias estranhas e bobas, como a de ser dono de algo que pertence a
ninguém, ou então de olhar um desenho de
jiboias fechadas e abertas e simplesmente não ter imaginação o
suficiente para entender o desenho. Além de que o pobre garotinho, ao contar
suas aventuras, também nos ensina a lição sobre o amor, que precisa ser
cativado. Conforme as minhas citações favoritas do livro abaixo:
— Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry (Capitulo Dezenove, Página 66)
— Vai rever as rosas. Assim compreenderás que a tua é única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.O Pequeno príncipe foi rever as rosas:— Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda voz cativou, nem cativastes ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa iguala cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.E as rosas ficaram desapontadas.— Sois belas, mas vazias — Continuou ele. — Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que todas vós, pois foi ela que eu reguei. Foi ela que pus sob a redoma. Foi ela que abriguei com o para-vento. Foi por ela que eu matei as larvas (exceto duas ou três, por causa das borboletas). Foi ela que eu escutei se queixar ou se gabar, ou mesmo calar-se algumas vezes, já que ela é minha rosa.
O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry (Capitulo Dezenove, Página 70)
Engraçado como um simples livro de criança me fez pensar em
como o mundo adulto gira em torno de apenas:
dinheiro, posição social, posses — que são às vezes inúteis —, pagar de
um ser sério, poder mandar nos outros, validação alheia, etc. Esse livro realmente me fez refletir em como viramos pessoas tão
robóticas que nem prestamos atenção nos detalhes da vida, das pessoas à
nossa volta e que aquela curiosidade que tínhamos quando criança, de como
funciona o mundo, como funciona tudo, simplesmente desaparece e entra em seu
lugar uma mente que vive tudo de forma automática. Fazendo você
realmente enxergar que a vida adulta é um saco!
Um dos personagens que consegui mais me apegar na história, e além do Pequeno Príncipe me fez refletir muito com lições valiosas, foi a raposa. Senti que ela conseguiu se destacar dentre a curta estória e me passou um grande sentimento de conforto após tudo. Assim como, ela também ensinou uma lição valiosa para o menino. Achei interessante como ela explica o conceito de cativar alguém, a ponto da outra pessoa te enxergar não apenas como uma pessoa qualquer, mas como alguém diferente dentre todas as pessoas do mundo. Cativar nada mais é do que fazer o outro amar-te. É o sentimento puro e brilhoso de destacar-se dentre as pessoas. Ela também o faz perceber o quanto após tal ação, dói perder alguém que você ama, alguém cuja presença se faz brilhosa em seus dias, sua presença se faz necessária ao fim do dia. Fazendo assim, você aprender sobre o conceito de amor e perda.
A partir deste momento da estória, eu pude sentir um certo
amadurecimento não só do pequeno príncipe, como do protagonista também. Já
que após contar como foi seu encontro com sua raposa, como foi cativá-la e
ser cativado por ela, o menino se despede dizendo que sua hora de partir
chegou. — E é nesse momento que eu me peguei chorando enquanto lia.
Por fim, senti que esse livro me acrescentou
muito no processo de leitura, também me ajudou um pouco com o
processo de cura sobre uma perda muito importante que tive
alguns anos atrás. O que chega ser engraçado, já que comprei este livro,
apenas para ter algo que me lembrasse de minha mãe. Ela não gostava de ler,
muito pelo contrário, ela odiava leitura. Mas sempre me disse o quanto amava
essa singela estória. Ela contava o quanto amou ler este livro quando
criança, na época do fundamental, e o quanto esse livro marcou ela, era simplesmente algo que minha mente fez
questão de decorar.
Por anos me vi querendo comprar esse livro para presentea-la,
mesmo que fosse apenas um livro, e fosse algo que ela não gosta muito,
queria muito lhe dar esse livro como um presente, uma forma de dizer que
prestei atenção em todas às vezes que ela disse gostar tanto dessa história.
E agora entendo perfeitamente o motivo do qual ela gostou tando do livro, e
do porquê eu não estava no momento certo para ler O Pequeno Príncipe.
Acredito que nada nesta vida é por acaso, tudo tem seu motivo,
sua hora. E hoje, após quatro anos da perda da minha mãe, e de ter comprado
esse livrinho em uma promoção na Amazon, que fez ele custar apenas 10
reaizinhos. Vejo que talvez o momento que eu deveria ler este livro, era
agora. E não quando o comprei.
Eu senti que essa leitura foi especial para mim, me ajudando a
curar uma certa ferida aberta em meu peito, a raposa conseguiu me ensinar
sobre cativar, sobre perder o que cativamos. Também fui
ensinada que o mundo pode ser muito mais do que os olhos de um adulto pode
ver. Acredito que hoje esse livro tenha ganho um significado muito maior do
que ele já tinha para mim, antes mesmo de o ter lido.
Posso finalizar esse post dando incríveis cinco
estrelas a essa leitura. Sinto ser uma leitura essencial para qualquer
pessoa que goste de ler — Embora seja uma leitura muito simples e fácil de se fazer, já que a forma
como o livro conversa com o leitor é muito direta —, esse livro precisa estar na sua lista de leituras para
fazer antes de partir deste mundo.
- Livro: O Pequeno Príncipe - Antoine De Saint-Exupéry;
- Ano: 2021;
- Editora: Harper Collins;
- Estrelas: ★★★★★;
- Formato lido: Livro Físico;
- Obs.: Edição com tradução original do ano de 1952 e aquarelas do autor;
- Link para compra: Amazon
Atenção: Esse post contém spoilers da obra, caso você não
tenha lido ainda e deseja ler sem spoilers, recomendo que não leia minha
resenha. Thanks! ( ̄︶ ̄) /

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